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Impacto do Novo Banco de Desenvolvimento no comércio e desafios do Brasil no BRICS - Pricila Menin

Acordos comerciais no BRICS

Os acordos internacionais que regulam o comércio entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita) são fundamentais para fortalecer a cooperação econômica e impulsionar o desenvolvimento conjunto dessas economias emergentes.

O objetivo principal desses acordos é reduzir barreiras comerciais, promover a integração econômica e posicionar o grupo como uma força influente no comércio global. No entanto, diferenças econômicas e estruturais entre os membros frequentemente desafiam a plena implementação e eficácia desses tratados, especialmente no contexto brasileiro.

Os países do BRICS têm adotado uma série de acordos que buscam facilitar o comércio de bens e serviços, reduzir tarifas e barreiras não tarifárias e fomentar um ambiente de negócios mais integrado.

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O papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD)

A criação de instituições como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e o Arranjo Contingente de Reservas reflete a intenção da associação de aumentar a cooperação financeira, fornecendo suporte para investimentos em infraestrutura e promovendo a estabilidade econômica entre os membros. Tais mecanismos são estratégicos, pois reduzem a dependência de instituições financeiras tradicionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e criam alternativas regionais de financiamento.

Para o Brasil, esses acordos oferecem uma plataforma para ampliar o comércio e atrair investimentos, embora o país enfrente desafios internos que limitam seu pleno aproveitamento. Tais aspectos como a burocracia e desafios na infraestrutura, aliados à complexidade do sistema tributário, podem representar obstáculos para o aprimoramento da competitividade das exportações brasileiras. Ainda que o Brasil tenha encontrado na China e na Índia mercados fundamentais para seus produtos, especialmente commodities agrícolas e minerais, a dependência de exportações de baixo valor agregado continua sendo um ponto crítico, que os acordos do BRICS tentam endereçar.

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Facilitação de investimentos e harmonização de normas

Além de promover a cooperação econômica, o BRICS também busca diversificar suas relações comerciais para fortalecer sua posição no cenário global.

Nesse contexto, os acordos de facilitação de investimentos se destacam, pois têm como meta criar um ambiente mais previsível e seguro para o capital entre os membros do grupo. Esses acordos são particularmente relevantes para o Brasil, pois oferecem uma chance de modernizar setores industriais e tecnológicos, atraindo investimentos que podem fomentar a inovação e aumentar o valor agregado das exportações.

As normas técnicas, sanitárias e fitossanitárias também são áreas de foco nos acordos do BRICS, buscando harmonizar padrões que facilitem o comércio de produtos agropecuários, vitais para a economia brasileira. A padronização dessas regulamentações ajuda a reduzir custos e barreiras burocráticas, abrindo mais espaço para que o Brasil expanda suas exportações para os mercados dos parceiros da aliança.

Desafios e oportunidades para o Brasil

No entanto, a implementação dessas mudanças requer um esforço significativo de adaptação às regras acordadas, o que inclui modernizar processos internos e investir em tecnologias que suportem um comércio exterior mais eficiente.

A atuação do NBD é um elemento central no apoio à execução desses acordos, oferecendo financiamento crucial para projetos de infraestrutura que podem melhorar a competitividade e facilitar o comércio entre os países-membros. O banco tem se concentrado em iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável e a conectividade regional, aspectos essenciais para fortalecer a cooperação econômica no BRICS.

A atuação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) é vista como um pilar para a implementação dos acordos internacionais, oferecendo suporte financeiro para projetos de infraestrutura e iniciativas que possam aumentar a competitividade dos países-membros.

Sob a presidência da brasileira Dilma Rousseff, o NBD tem focado em ampliar os investimentos em energia renovável e em projetos que promovam a conectividade entre os membros, refletindo a importância de uma infraestrutura adequada para a integração comercial.

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Para o Brasil, isso se traduz em oportunidades de modernizar sua infraestrutura logística, como portos, estradas e ferrovias, reduzindo custos e melhorando o acesso aos mercados internacionais. Apesar dos avanços, a integração comercial no BRICS enfrenta desafios contínuos. A falta de harmonização completa das regulamentações e as disparidades econômicas entre os países exigem um esforço constante de coordenação e ajustes. No Brasil, a necessidade de reformas estruturais é evidente para que o país consiga tirar maior proveito dos acordos internacionais e melhorar sua posição nas cadeias globais de valor.

As relações multilaterais dentro do BRICS, impulsionadas por seus acordos comerciais e pela atuação do NBD, representam uma tentativa de consolidar o grupo como um protagonista no cenário global. Para o Brasil, essas parcerias são uma oportunidade de diversificar sua economia e fortalecer sua presença internacional, desde que consiga superar as limitações internas e adaptar suas políticas comerciais às exigências multilaterais dos Estados-membros.

O sucesso dessas relações dependerá do comprometimento com reformas e da capacidade de trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios do comércio global.

A opinião editorial pode não coincidir com a opinião do autor do artigo.

Fotografias: iStock

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