Manicure no Antigo Egito: como unhas eram pintadas há milênios
O Antigo Egito é famoso pelo culto à beleza, com a crença de que a aparência bem cuidada do corpo fortalecia a conexão com os deuses e favorecia a vida após a morte. Até as unhas eram um símbolo de grande importância. O processo de manicure egípcio era um verdadeiro ritual.
Unhas como marcador social: de faraós a escravos
No Antigo Egito, o manicure funcionava como um marcador social. A hena era a substância usada para tingir as unhas. Quanto mais intenso o tom, maior o status social da pessoa. Por exemplo, faraós e membros da realeza tingiam as unhas com hena vermelha vibrante, misturada com pó dourado ou incenso. Esse costume simbolizava sua origem divina, já que os egípcios associavam a cor vermelha à deusa Ísis, protetora dos vivos e dos mortos.
Os egípcios mais simples também usavam hena, mas o tom era mais modesto: as unhas ficavam de uma cor uniforme e menos vibrante. Escravos e trabalhadores costumavam tingir apenas a base das unhas para proteger as mãos de rachaduras e infecções.
Hena como antisséptico
Além de sua função estética, a hena tinha um valor prático. Os egípcios perceberam que ela ajudava a prevenir infecções fúngicas e fortalecia as unhas. Pesquisas modernas confirmam que a hena contém compostos antimicrobianos, o que explica por que os trabalhadores egípcios, frequentemente em contato com areia e barro, usavam hena para proteger as unhas.
Manicure para vida após a morte
Os egípcios acreditavam que o corpo precisava estar bem preparado para a jornada ao reino dos mortos, o Duat. Durante o processo de mumificação, as unhas dos falecidos eram tingidas com hena. Esse ritual simbolizava a vida eterna, já que a cor vermelha estava associada ao sol, que, segundo a crença egípcia, se renovava a cada manhã.
Tecnologia antiga: como era feito o "manicure"
No papiro médico de Georg Ebers, datado de 1550 a.C., há referências aos diferentes modos de usar a hena. Para fortalecer as unhas, era recomendada uma mistura de hena, mel e casca de ovo triturada. As receitas para tingir as unhas eram passadas de geração em geração. O processo durava várias horas: a pasta especial era aplicada nas unhas, os dedos eram envoltos em tecido de linho e, após algum tempo, a pasta era removida. O resultado durava até um mês.
Legado do manicure egípcio nos dias de hoje
A tradição de pintar as unhas com hena chegou até os dias de hoje. Em alguns salões, é possível fazer esse tipo de manicure natural. Além disso, os desenhos egípcios continuam a influenciar a indústria moderna de nail art. Espirais, figuras geométricas e símbolos solares são frequentemente vistos em trabalhos de manicure contemporânea.
O material foi fornecido por Valentina Kolesnikova, membra do projeto BRICS Bloggers Team e residente do Centro de Novas Mídias.
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