Avanços científicos de pesquisadores indianos chegam à produção
O CSIR-NIIST (Conselho de Pesquisa Científica e Industrial - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Interdisciplinar) passou a comercializar recentemente uma tecnologia inovadora para produzir couro a partir de resíduos agrícolas, apresentando uma alternativa ecologicamente correta e econômica ao couro animal e sintético. Este foi um de três acordos assinados de transferência de tecnologia desenvolvida pelos cientistas do NIIST, segundo informa Trinity Mirror, o parceiro da rede TV BRICS.
As relações com o Governo e organizações privadas foram formalizadas na presença do Dr. N. Kalaiselvi, Diretor Geral do Conselho de Pesquisa Científica e Industrial (CSIR), do Prof Javed Iqbal, Presidente do Conselho de Pesquisa do CSIR-NIIST, e do Dr. Anandharamakrishnan, Diretor do CSIR-NIIST.
Os acordos foram assinados como parte do programa “One Week, One Laboratory” (OWOL) do instituto, incluindo também a colaboração do NIIST na área de desenvolvimento próprio de componentes de placas térmicas para o Aircraft Development Establishment (ADE)-DRDO e a transferência de tecnologias de gerenciamento sustentável de resíduos biomédicos patogênicos em componentes para fertilizantes.
Os análogos de couro do NIIST, desenvolvidos a partir de distintos resíduos e subprodutos agrícolas, podem efetivamente substituir de 30% a 50% dos produtos químicos sintéticos usados na produção de couro hoje no mercado. O couro produzido de cascas de manga, caules de banana, sobras de abacaxi, cactos, jacintos aquáticos, cascas de milho ou resíduos de arroz custa metade do que o couro artificial ou natural. Além disso, o novo produto tem uma pegada de carbono menor.
O produto final dos resíduos agrícolas mostrou propriedades comerciais superiores ao couro sintético e ao couro natural. Sua sustentabilidade ambiental comprovada o torna um melhor contrapeso à opção artificial, um mercado estimado em 30 bilhões de dólares em 2020, e com probabilidade de atingir 40 bilhões de dólares até o final desta década.
O couro artificial inclui produtos químicos tóxicos, o que o torna muito perigoso para o meio-ambiente, além de exigir alto consumo de energia e água durante seu processamento.
Quanto ao segundo acordo, o NIIST fornecerá suporte tecnológico aos componentes de gerenciamento térmico Al-SiC MMC, que atualmente são importados e utilizados nos computadores de bordo de aeronaves leves de combate e outras aeronaves de combate. O produto foi transferido para a Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa. Será uma importante contribuição para a política de substituição de importações e para a missão nacional "Índia Independente" num setor estratégico do país.
A NIIST também se associou à Bio Vastum Solutions (BVS) para fornecer à startup de Kerala tecnologia para desinfecção espontânea e imobilização de resíduos biomédicos patogênicos em componentes para fertilizantes. Este sistema, que conta com ação antimicrobiana inerente, é capaz de descontaminar tanto resíduos líquidos quanto sólidos já totalmente vulcanizados ou curados. Os resíduos assim tratados podem ser descartados então como resíduos médicos que já não exigem regulamentação, bastando aprovação dos órgãos reguladores.
Fotografia: IStock