China e países da CELAC oficializam plano para aprofundar laços em áreas estratégicas
Pequim sediou a quarta reunião ministerial do fórum "China–Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC)", que resultou na elaboração de um Plano de Ação Conjunta para fortalecer a cooperação em áreas estratégicas entre 2025 e 2027, segundo informou a CGTN, parceira da rede TV BRICS.
O documento é dividido em cinco seções e abrange uma ampla gama de temas — desde a igualdade e o fortalecimento da confiança política até o alinhamento de estratégias de desenvolvimento, intercâmbio cultural e resposta conjunta a desafios globais.
Em seu discurso durante a reunião, o presidente da China, Xi Jinping, destacou que seu país e a CELAC já concluíram mais de 200 projetos de infraestrutura no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota. Ele também ressaltou a cooperação em tecnologias espaciais e lembrou que foram assinados acordos de livre comércio com Chile, Peru, Costa Rica, Equador e Nicarágua.
"No ano passado, o volume de comércio entre a China e os países da CELAC ultrapassou pela primeira vez os US$ 500 bilhões de dólares [cerca de R$ 2,8 bilhões] um crescimento de mais de 40 vezes em comparação com o início deste século"![]()
Xi Jinping Presidente da China
Xi Jinping também anunciou o lançamento de cinco programas para promover a cooperação com os países da CELAC:
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Programa de Solidariedade: visa ampliar a cooperação política. Nos próximos três anos, a China convidará anualmente 300 representantes de partidos políticos da CELAC para intercâmbios sobre governança pública.
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Programa de Desenvolvimento: foca na implementação conjunta da Iniciativa Global de Desenvolvimento, no apoio ao sistema multilateral de comércio e no fortalecimento das cadeias globais de suprimento. A China pretende oferecer às nações da CELAC um crédito de 66 bilhões de yuans (cerca de R$ 51,4 bilhões).
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Programa de Civilizações: propõe a realização conjunta da Iniciativa Global de Civilizações, baseada no respeito mútuo, no diálogo e no intercâmbio cultural. Está prevista uma conferência especial sobre diálogo inter-civilizacional entre a China e os países da CELAC.
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Programa de Paz: expande a cooperação na área de segurança, incluindo combate ao terrorismo, ciberameaças, corrupção, narcotráfico e crime transnacional.
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Programa Humanitário: prevê a concessão de 3,5 mil bolsas de estudo, 10.000 treinamentos, 1.000 estágios pelo programa "Ponte da China" e a implementação de 300 projetos voltados à melhoria da qualidade de vida. A China também anunciou isenção de visto para cidadãos de cinco países da região e prometeu ampliar essa lista.
Além disso, ao final do encontro, foi adotada a Declaração de Pequim. O documento destaca que, diante das mudanças no cenário global, o Fórum China–CELAC tornou-se uma plataforma essencial para o aprofundamento da cooperação. Os participantes defenderam o fortalecimento da unidade entre os países do Sul Global e maior cooperação multilateral para enfrentar os desafios mundiais.
O evento também contou com discursos do presidente da Colômbia e atual presidente da CELAC, Gustavo Petro, do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente do Chile, Gabriel Boric, e da presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do BRICS, Dilma Rousseff.
Fotografias: Xinhua News Agency