Cientistas chineses descobrem mais de 7 mil novas espécies de microrganismos na Fossa das Marianas
Pesquisadores chineses criaram, pela primeira vez, um mapa detalhado do ecossistema da Fossa das Marianas, a região mais profunda do oceano mundial. Eles revelaram como microrganismos, crustáceos e peixes sobrevivem em condições extremas, sob alta pressão, baixas temperaturas e total escuridão. A informação foi divulgada pela CGTN, parceira da TV BRICS, com base em um estudo publicado em uma revista científica.
A Fossa das Marianas atinge uma profundidade de quase 11 quilômetros. Em novembro de 2020, o submersível chinês Fendouzhe chegou ao fundo da fossa, e os cientistas analisaram mais de 1.600 amostras de microrganismos e 11 espécies de peixes coletadas pelo batíscafos.
"Identificamos 7.564 espécies de microrganismos, sendo que 89,4% delas eram desconhecidas para a ciência", afirmou Wang Jing, pesquisador da Universidade Jiao Tong de Xangai.
Os cientistas descobriram que os habitantes da Fossa das Marianas possuem mecanismos de defesa antioxidante contra danos causados pela alta pressão. Segundo Wang Jing, essa descoberta poderá impulsionar novos avanços e pesquisas na área da longevidade.
Além disso, alguns micróbios demonstraram a capacidade de decompor poluentes complexos, como compostos de benzeno, o que abre novas perspectivas para o desenvolvimento de tecnologias ecológicas de purificação.
Também foi descoberto que o genoma de um anfípode, um pequeno crustáceo, é quatro vezes maior do que o genoma humano. Já os estudos dos genomas de 11 espécies de peixes de águas profundas revelaram que o aumento específico de ácidos graxos ajuda esses animais a lidar com a pressão extrema do ambiente.
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