COP16 lança parceria para sustentabilidade e combate global à desertificação
A 16ª sessão da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (COP16) foi aberta em Riade, na Arábia Saudita. Esse é o maior evento da ONU até o momento sobre o uso da terra e o primeiro desse tipo realizado na região do Oriente Médio.
No primeiro dia da cúpula, o presidente da COP16 e ministro do Meio Ambiente, Agricultura e Recursos Hídricos da Arábia Saudita, Abdul Rahman bin Abdul Mohsen Al-Fadhli, anunciou o lançamento do Parceria Global para a Sustentabilidade em Face da Desertificação. Inicialmente, a iniciativa recebeu um financiamento de US$ 150 milhões dos sauditas (R$ 909 milhões), mas o Banco Islâmico de Desenvolvimento e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) comprometeram-se a destinar US$ 1 bilhão cada (R$ 6,06 bilhões) para apoiar o projeto.
A iniciativa visa combater a crescente ameaça da seca, que aumentou em 30% nos últimos 20 anos. De acordo com os dados apresentados na abertura da conferência, até 2050, três em cada quatro pessoas no planeta podem enfrentar as consequências da seca.
Durante a cúpula, também discursou o ministro do Meio Ambiente, Florestas e Mudanças Climáticas da Índia, Bhupender Yadav. Ele afirmou que até 2030, o país pretende restaurar 26 milhões de hectares de terras degradadas, conforme relatado pela News9, parceira da rede TV BRICS.
Yadav também lembrou a meta ambiciosa dos países do G20 de plantar um trilhão de árvores até 2030 e a estratégia da Índia no combate à seca, que envolve o uso de dados de satélites da Organização Indiana de Pesquisa Espacial para avaliar a vulnerabilidade das terras aos efeitos da seca.
A Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação está sendo realizada na capital da Arábia Saudita entre 2 e 13 de dezembro. Nos primeiros dias da cúpula, estão previstas várias reuniões de alto nível, durante as quais os participantes discutirão questões relacionadas à degradação da terra, deterioração do solo e secas. Ao final da conferência, espera-se a adoção de uma declaração final.
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