Expansão da cooperação econômica entre a ASEAN e a China contribui para a paz e a estabilidade na região
A China é um importante parceiro comercial da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), e a expansão da cooperação econômica entre a ASEAN e a China pode promover ainda mais a paz e a estabilidade na região, afirmou Jyotsana Varma, diretora do Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB, na sigla em inglês) para o Camboja.
À medida que a economia global se tornou mais interconectada, com o passar do tempo, a China se tornou um dos principais impulsionadores do crescimento do comércio e do investimento na região, disse Varma, em uma entrevista a Xinhua, parceira da rede TV BRICS.
A China também é uma importante força motriz na sub-região do Grande Mecom, com uma contribuição crescente para a construção de vários centros regionais de transporte, comunicações e sistemas energéticos, e também para o aumento da competitividade de maneira a impulsionar o desenvolvimento econômico da região, acrescentou.
"Portanto, a cooperação econômica entre a ASEAN e a China é essencial para maximizar as oportunidades e gerenciar os custos dessa crescente interdependência econômica", disse Varma.
"No futuro, a expansão da cooperação econômica entre a ASEAN e a China também pode contribuir para fortalecer a paz e a estabilidade na região. Isso é importante, pois a paz e a estabilidade são um importante bem público regional que pode impulsionar as vendas, o comércio e o investimento entre a ASEAN e a China", acrescentou.
Os comentários de Varma ocorrem no momento em que o Camboja sedia a 54ª Reunião Ministerial Econômica da ASEAN (AEM, na sigla em inglês) e outras reuniões relacionadas, incluindo a Reunião Ministerial da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês), a Reunião Ministerial Econômica da Cúpula do Leste Asiático (CLA) e consultas de parceiros do diálogo AEM-Dialogue.
Varma afirmou que a implementação completa e oportuna do acordo de livre comércio da RCEP é a chave para sua contribuição para o crescimento econômico da ASEAN.
Em vigor desde janeiro de 2022, o acordo comercial megarregional inclui 15 países da região Ásia-Pacífico, incluindo 10 membros da ASEAN (Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura, Tailândia e Vietnã) e cinco de seus parceiros comerciais (Austrália, China, Coréia do Sul, Japão e Nova Zelândia).
"O principal impacto esperado da RCEP está em sua capacidade de lidar com alguns dos desafios decorrentes dos muitos Acordos de Livre Comércio da região e da maior liberalização da cooperação econômica", disse Varma.
Ela também observou que a RCEP oferece maior acesso ao comércio de bens e dá outros benefícios no comércio de serviços, nos investimentos e no comércio eletrônico.
Segundo Varma, graças ao forte desempenho macroeconômico da maioria dos países da ASEAN, sustentado pela entrada de investimento estrangeiro direto, bem como pela participação ativa em acordos comerciais regionais, a região conseguiu se posicionar como uma das mais competitivas para as cadeias globais de valor, alcançando enormes vantagens de desenvolvimento.
"No futuro, a cooperação regional se tornará ainda mais forte, à medida que a crise fortalece a parceria entre as economias da ASEAN", disse ela.
Segundo a especialista, isso permitirá fortalecer a estabilidade da região e resistir a possíveis instabilidades globais no futuro.
Fotografia: IStock