Lucas Fiuza: a parceria entre a Rússia e o Brasil é promissora para ambos os países
O Brasil sediou o maior fórum de investimentos da América Latina, que tem como objetivo apresentar oportunidades para investidores estrangeiros em vários setores da economia brasileira.
Os editores da rede internacional de TV BRICS prepararam uma entrevista exclusiva com Lucas Fiusa, Diretor de Negócios da Agência Estadual de Promoção de Exportações e Investimentos APEX BRASIL, como parte da cobertura jornalística do Fórum Brasileiro de Investimentos BIF-2022. O especialista falou sobre o melhor modelo de negócios para a economia global, descreveu os setores mais atraentes para os investidores e avaliou as perspectivas de cooperação entre a Rússia e o Brasil.
– Quais novos modelos de negócios o senhor acha que a economia global moderna precisa para um desenvolvimento bem-sucedido? O senhor poderia compartilhar sua previsão analítica na área de negócios?
– O melhor modelo de negócios para a economia global agora, na minha opinião, é um modelo de negócios baseado na dinâmica de uma economia de mercado: liberdade econômica, melhoria do ambiente de negócios, segurança jurídica, menor intervenção governamental nas empresas privadas. Tudo isso com o objetivo de abrir o mercado. Essa política começou a ser aplicada no Brasil no final do período do governo anterior. E sob o atual presidente Bolsonaro, houve uma aceleração significativa na transição de uma economia impulsionada pelo Estado para uma economia impulsionada pelo mercado. Isso possibilita mais criatividade para os empreendedores, o que é muito importante na situação atual, quando o país passa por várias crises completamente imprevistas, como pandemia e outras crises geopolíticas.
– Qual abordagens o senhor considera relevantes para o setor agrícola? Quais setores da agricultura o senhor acha que são os mais promissores agora - no Brasil, na América Latina e no mundo, e por quê?
– A palavra-chave na área de agricultura é produtividade. A relação Brasil-Rússia na área de agricultura é estratégica, o grande papel nesse desempenhado é fornecimento de fertilizantes. Essa parceria é interessante e promissora para ambos os países. Já assinamos vários acordos nesta área durante a visita do Presidente do nosso país à Rússia. Este ano foi muito importante na consolidação desta parceria. Temos uma cooperação abrangente em produtividade agrícola, o que leva à segurança alimentar em todo o mundo. A inovação é um fator chave na agricultura. As empresas que criam novas tecnologias na área de agricultura, elas aumentam a produtividade e o controle. Agora podemos traçar uma grande cadeia produtiva na área de agricultura, rastrear a origem dos produtos e ver como ocorre todo o processo. E isso é muito importante porque pode reduzir o custo desse controle, aumentar o valor da produção através da garantia de qualidade, conquistando assim novos mercados.
O melhor mercado de investimento é, sem dúvida, o Brasil. Essa é uma perspectiva interessante para investidores no curto, médio e longo prazo. Todos os segmentos brasileiros tiveram um impacto econômico positivo devido à facilidade de fazer negócio aqui e à abertura do mercado, o que aumenta a competitividade em relação àquilo que era antes. Por exemplo, o setor de infraestrutura é muito desenvolvido, devido à abertura do mercado privado cresce o setor imobiliário. Nós reduzimos impostos, cortamos gastos do governo. Isso fala de crescimento econômico sustentável. O setor de energia também está crescendo. Impossível não mencionar o segmento de gás e petróleo. Temos também o setor de turismo muito desenvolvido que tem um potencial enorme. Costumava ser difícil construir um negócio aqui, mas agora tudo mudou.
– Como o senhor avalia as perspectivas imediatas de cooperação econômica e de investimentos entre Brasil e Rússia? Em que áreas o senhor acha que essa cooperação pode ser mais bem-sucedida?
–Primeiramente, é o fornecimento de frutas e nozes, principalmente amendoim. Em 2020-2021, o crescimento da oferta aumentou 23% e 10%, respectivamente. E também fornecimento de fertilizantes, que é estratégico em muitos aspectos. Vejo também um grande potencial na área de tecnologia e inovação, ambos os países têm um potencial de crescimento nesse sentido. Acho que podemos crescer nesse segmento também, e não só em vendas.