Mônica Monteiro, Presidente do capítulo brasileiro do BRICS Women's Business Alliance: o BRICS e o WBA BRICS têm feito papel muito importante no avanço das mulheres
Mônica Monteiro é Presidente do capítulo brasileiro do BRICS Women's Business Alliance e diretora institucional PayTV do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Graduada em Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ela é reconhecida por sua ampla experiência nos setores de audiovisual, radiodifusão e televisão, acumulando mais de 25 anos de atuação como executiva e empresária.
Desde 2021, Mônica integra o G100 – Global Woman Leaders in Television & Broadcasting, um grupo influente composto por 100 mulheres líderes de todo o mundo. Além disso, desde 2022, ela ocupa o cargo de presidente do Conselho do Fórum Nacional da Mulher Empresária, o órgão colegiado consultivo da Diretoria da Confederação Nacional da Indústria do Brasil.
Em uma entrevista exclusiva à TV BRICS, ela falou sobre a importância da cooperação empresarial no empreendedorismo feminino dentro do contexto do BRICS.
Algum tempo atrás você começou a liderar BRICS WBA no Brasil. Na sua opinião, quão é importante a cooperação empresarial no empreendedorismo feminino hoje em dia?
O BRICS hoje é o nosso clube dos países que expandiu para outros países, agora nós somos dez países e conexões que nós estamos fazendo com todas as mulheres no empreendedorismo são importantes, nos pequenos e nos médios negócios. Então nós queremos que as mulheres exportem e não só a cultura, mas principalmente fazendo negócios e eventos mais enriquecedores entre as mulheres.
No ano passado nós tivemos na África do Sul com uma cometiva muito grande e que teve números extraordinários e está crescendo muito a exportação das mulheres nos países do BRICS e nós queremos facilitar cada vez mais a conexão entre os países que é o que nós estamos fazendo.
Como melhorar a interação no âmbito do empreendedorismo feminino nos países do BRICS? Certamente a experiência que o Brasil tem nessa área poderia ser útil. Quais são os principais pontos?
A gente está trabalhando, às mulheres tem muitas barreiras nos negócios, mas vamos contar a primeira barreira que nós estamos tentando evitar e enfrentar, principalmente o acesso ao crédito e à desburocratização da exportação. Então esses dois pontos são super importantes para que a gente possa aumentar os números das mulheres a exportarem seus produtos e serviços para esses países. Então nós estamos trabalhando muito para que isso aconteça, para colocar em prática e melhorar a interlocução entre nós. Esses encontros que temos são muito importantes para que possamos nos conhecer e trazer outras mulheres de negócios, permitindo a troca de ideias, produtos e serviços.
Então nós temos às vezes muitas dificuldades de conseguir recursos, crédito, aval para que a gente possa exportar nossos produtos e serviços. Não é um problema só do Brasil, é um problema da África do Sul, da Índia. Então nós cada vez mais queremos que possamos dialogar entre nós com melhores taxas de captação de recursos, melhores fundos que o Banco do BRICS possa nos ajudar muito mais nessa participação, possibilitando a realização de mais negócios entre nós.
Vamos falar da economia como um todo. No contexto da expansão dos BRICS (a partir de 2024), as oportunidades de cooperação duplicaram. Na sua opinião, em quais principais áreas a parceria dentro do grupo pode e deve se desenvolver nos próximos anos?
A agricultura é um grande foco no Brasil, assim como a indústria criativa. Nossa indústria, que é a indústria da televisão, toda indústria criativa que vai desde artesanato de produtos e serviços como o cinema, gera muitos empregos. Então toda essa parte da indústria criativa, nós estamos tentando focar nela e trazendo um projeto aqui em que a gente engloba todas as indústrias. Nós estamos lançando um projeto junto com os países do BRICS que começa no algodão feito pelas mulheres, plantado pelas mulheres, colhido pelas mulheres, vai para a indústria fazer o tecido e da tecido vem a moda.
Então, conseguimos avançar na agricultura, na indústria e no comércio, e vamos focar nesse projeto mostrando que os países do BRICS podem estar juntos nele. Mas temos muitas oportunidades de estar trocando produtos e serviços entre nós. Na missão que nós levamos para o Brasil, por exemplo, nós fizemos muitos negócios desde mel, amendoim, castanhas. Todos os nossos produtos que nós podemos exportar, desde também produtos já prontos, como roupa, sapatos brasileiros vêm para a Rússia. Então se nós temos uma oportunidade de crescer muito mais, os negócios que são dirigidos por mulheres podem se beneficiar, entre nós mulheres. E esse é o nosso objetivo no WBA.
Como o Brasil já contribuiu ao BRICS? E de que outra forma o seu país pode contribuir para o desenvolvimento do grupo? Do que você mais se orgulha?
Eu tenho muito orgulho de saber que os nossos números estão aumentando. Hoje nós temos uma comitiva vindo de todos os países de BRICS de mais de 100 mulheres aqui na Rússia. Então isso já mostra que todas elas querem exportar, querem vender mais, ganhar mais recursos. Então nós queremos puxar cada vez mais as mulheres para elas estarem dentro do nosso sistema.
O Brasil pode contribuir muito mais. Estamos iniciando nossa relação no BRICS e o Brasil será o país anfitrião no próximo ano. Por isso, estou aqui, começando os negócios. Os encontros bilaterais de hoje são super importantes para começar as negociações. No Brasil, em março, nós fizemos em um dia 6 milhões de dólares só de compra e venda de produtos. Se tivermos mais encontros como esses, podemos aumentar ainda mais os nossos números. E é isso que nós estamos fomentando.
Muito orgulho de saber que a presidente da TV BRICS é uma mulher e a gente está cada vez puxando mais mulheres para o topo da pirâmide. Então esse movimento é muito importante dentro do BRICS e todos os presidentes do BRICS estão nos apoiando nesse movimento para que a gente realmente cresça dentro da exportação. Eu acho que o BRICS e o WBA BRICS têm feito um papel significativo.
Se falamos de cooperação entre os países do BRICS na área de mídia, a TV BRICS e o Grupo Bandeirantes, já não são mais apenas parceiros, mas sim bons amigos. Quão relevante você acha que é essa parceria? Quais são as perspectivas para projetos conjuntos?
Eu tenho a sorte de estar num grupo onde o dono da televisão tem uma cabeça muito aberta e trouxe todos os países do BRICS juntos. Nós temos uma cooperação com a China muito forte; nós exibimos matérias da China no Brasil, assim como da Rússia. Nossa cooperação com a TV BRICS é super grande.
Então, quando a gente mostra uma Rússia pujante, uma economia importante, assim como da China e da India, começamos a fazer negócios com outros países. A África do Sul também, que é um país que eu adoro e que a gente faz muitos negócios com eles. E agora, com todos os outros, entrando na Ethiope, no Egito, então é importante mostrar não só a cultura e a política desses países, mas principalmente o país pujante.
O Grupo Bandeirantes já está à frente das outras televisões porque ela está sempre querendo mostrar o país do ponto de vista das pessoas, não do ponto de vista de uma outra leitura. E é por isso que a gente tem feito mais negócios aqui. Eu acho que o Brasil pode crescer muito mais, é um país amigo de todos. Então, é importante ter mais essa interlocução, mais interação.
Acho que o Banco BRICS pode nos ajudar muito mais com essa interação. E principalmente com a pauta feminina.
Para ver a versão completa da entrevista, visite o site da TV BRICS.
Fotografia: TV BRICS