Índia pode liderar o mundo na área de biologia sintética?
A biologia sintética é um campo em rápido crescimento, que envolve projetar e construir sistemas e organismos biológicos para várias aplicações.
De acordo com um relatório da Markets and Markets, o mercado global de biologia sintética foi avaliado em USD 5,5 bilhões em 2020, e deve crescer a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 23,9% de 2021 a 2026, atingindo um volume de mercado de USD 18,9 bilhões em 2026.
A Índia, com sua experiência científica e de engenharia, pode se beneficiar muito da biologia sintética em várias frentes, especialmente em termos de crescimento econômico, graças à criação de novas indústrias e empregos, atraindo investimentos estrangeiros e incentivando a inovação e o empreendedorismo.
A biologia sintética desempenhará um papel importante no futuro em diversas áreas:
Melhoria dos sistemas de saúde: A biologia sintética pode ser usada para desenvolver novos e eficazes medicamentos, vacinas e ferramentas de diagnóstico para combater doenças prevalecentes na Índia. Isto ajudará a melhorar a saúde da população e reduzir os custos com o sistema de saúde.
Produtividade agrícola: A biologia sintética pode ser usada para desenvolver culturas resistentes a pragas e doenças ou que possuam maior valor nutricional. Isto pode ajudar a melhorar a produtividade agrícola e a segurança alimentar.
Sustentabilidade ambiental: A biologia sintética pode ajudar a reduzir o impacto dos processos industriais sobre o meio-ambiente, desenvolvendo novos biomateriais, combustíveis e produtos químicos que sejam sustentáveis e ecologicamente limpos.
Educação e pesquisa: A biologia sintética também pode oferecer oportunidades de educação e pesquisa, pois requer habilidades e experiência interdisciplinares. Ela pode contribuir na construção de uma base sólida para a educação científica, além de estimular a pesquisa científica e a inovação na Índia.
A biologia sintética tem potencial para revolucionar vários setores da economia da Índia e ajudar o país a enfrentar alguns de seus desafios prementes, segundo informa IANS, o parceiro da rede TV BRICS.
Entretanto, o crescimento não vem acontecendo no ritmo devido, e há uma série de razões para isso.
Falta de compreensão: as empresas de capital de risco podem não compreender plenamente o potencial da biologia sintética e da indústria de biotecnologia em geral, o que as torna relutantes em investir neste campo. Elas podem ver o setor como muito arriscado ou desconhecido, e optar, em vez disso, por indústrias mais tradicionais.
Financiamento limitado: Outro problema enfrentado pelas startups de biologia sintética na Índia é a falta de oportunidades de financiamento. Embora haja uma série de incubadoras e aceleradores apoiando as startups de biotecnologia, é limitado o volume de capital de risco disponível para investimento, especialmente para empresas em fase inicial.
Barreiras regulamentares e legais: Estados diferentes possuem regulamentações diferentes. Isto pode criar obstáculos adicionais para as startups de biologia sintética que buscam levar seus produtos ao mercado, e pode desencorajar os investidores que buscam uma rota mais simples para a comercialização.
Direitos de propriedade intelectual: A proteção da propriedade intelectual é crucial para as startups na área de biologia sintética, pois lhes permite assegurar financiamento, atrair parceiros e levar seus produtos ao mercado. Entretanto, muitas startups no campo da biologia sintética têm dificuldade de orientar-se no sistema jurídico indiano.
Tamanho do mercado: o tamanho do mercado indiano também pode ser um fator limitante para as startups na área de biologia sintética. Embora haja um potencial significativo para produtos e serviços biotecnológicos na Índia, o tamanho do mercado pode não ser suficientemente grande para justificar o nível de investimento necessário para desenvolver e alavancar uma startup de biologia sintética.
Concluindo, a biologia sintética é um campo muito promissor, e se a Índia se concentrar em garantir o impulso necessário para este campo, o país poderá alcançar a liderança global nesta área na próxima década.
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