Perspectivas da indústria de mineração na Argentina
A indústria mineira argentina conseguiu gerar uma transformação socioeconômica, graças ao seu potencial e a um projeto de governo que a tem como protagonista. Um portfólio ambicioso com diferentes empreendimentos surge como a grande esperança para continuar o caminho já traçado. A diversidade de minerais, as conjunturas econômico-políticas regionais e globais são as chaves para que a mineração continue consolidando seu papel de fomentadora e revitalizadora das economias regionais.
O Dr. Alberto Hensel, ex-ministro de minas da República Argentina, falou em uma entrevista com Ahora San Juan, parceiro da rede de TV BRICS, sobre o desenvolvimento da mineração na Argentina e os vários desafios que a indústria enfrenta.
“Existe, atualmente, uma convicção na liderança política Argentina – especialmente naqueles que têm a responsabilidade de governar os destinos do país - que a mineração, juntamente com a produção de petróleo, gás e energias alternativas não convencionais, será uma grande solução para o futuro do nosso país”![]()
Alberto Hensel Ex-ministro de minas da República Argentina
Além disso, ele destacou que especialmente o setor de mineração é o que mais pode contribuir com as divisas que a Argentina precisa hoje para poder resolver a situação econômica que o país atravessa. Pode ser um grande motor de indústrias regionais e pode tornar-se uma indústria de exportação. San Juan e Santa Cruz são as principais exportadoras de ouro da Argentina
Com amplo apoio do governo nacional, ciente de seu forte potencial medido pelo impacto social e econômico em regiões letárgicas da Argentina, a mineração em nosso país adota e promove o uso responsável dos recursos naturais.
Um dos objetivos mais valiosos da gestão do Dr. Hensel como Secretário de Mineração da Nação é a elaboração de um Plano Estratégico para o Desenvolvimento Mineiro que inclua órgãos governamentais nacionais e provinciais, organizações da sociedade civil e religiosa, instituições científicas, sindicatos, empresas e profissionais . Convidando-os a um diálogo aberto para desenvolver uma mineração inclusiva, competitiva, integrada e ambientalmente sustentável nos próximos 30 anos.
A Argentina ocupa o sexto lugar entre os países com maiores recursos minerais com uma área de potencial produtivo de 750.000 km2, dos quais mais de 75% ainda não foram explorados.
Argentina tambem é o quarto maior produtor de lítio do mundo, depois da Austrália, Chile e China. O triângulo do lítio formado por Argentina, Bolívia e Chile possui cerca de 65% dos recursos mundiais desse recurso.
A Argentina tem uma política de atração de investimentos na produção de lítio, incluindo 30 anos de garantias legais de estabilidade fiscal e outros incentivos.
Com a crescente demanda global por lítio que é um insumo fundamental para a fabricação da bateria recarregável, o país pode ser uma peça-chave na revolução energética global que acaba de começar.
O carbonato de lítio (LCE) produzido pela Argentina atende aos padrões de pureza exigidos pelo mercado de baterias. Segundo o ex-secretario, isto é uma particularidade importante que a Argentina deve preservar como elemento diferenciador frente à concorrência futura.
“É importante avançar e tentar, na medida do possível, fabricar baterias com hidróxido de lítio, -que tem maior potencial de crescimento devido ao seu uso em tecnologias-, mas também é importante para a Argentina, exportar cloreto de lítio, carbonato de lítio para ser muito mais competitiva globalmente,” enfatizou Alberto Hensel.
A Argentina pretende aderir ao BRICS, anunciou o Presidente, Alberto Fernández, na XIV Cúpula de Chefes de Estado. Para a Argentina, a adesão ao BRICS como membro pleno poderia ser um catalisador de investimentos e comércio, observa Ahora San Juan.
Fotografia: Ahora San Juan