Relíquia indígena volta ao Brasil depois de 3 séculos na Dinamarca
O Museu Nacional brasileiro confirmou o retorno do manto Tupinambá, um artefato indígena ancestral, ao acervo da instituição, depois de passar três seculos na Dinamarca, informou o Metrópoles, parceiro da rede TV BRICS.
“A chegada do manto ao solo brasileiro tem um significado muito importante e vai fortalecer a luta dos povos indígenas. Essa é uma peça sagrada para o nosso povo, carrega nossa ancestralidade”, declarou Glicéria Jesus da Silva, uma das líderes dos Tupinambá, citada pela mídia.
A peça é uma vestimenta de 1,2 m de comprimento, ornada com penas vermelhas de pássaros guarás incorporadas em um trançado de fibras naturais. Conforme a tradição do povo, ela é usada por caciques e líderes indígenas em rituais.
Desde 1689, o artefato se mantinha aos cuidados do Museu Nacional da Dinamarca e, após dois anos de negociações, o governo Dinamarquês atendeu aos pedidos do povo indígena, que clamava pelo retorno do símbolo histórico desde os anos 2000.
“Após a adoção de todos os procedimentos necessários para a perfeita conservação da peça, tão importante e sagrada para nossos povos originários, apresentaremos o manto a sociedade”, segundo nota do Museu Nacional.
Espera-se que o manto seja apresentado ao público pelo Museu Nacional no final de agosto, durante um evento, que incluirá a participação de autoridades e de líderes indígenas.
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