Secretário-geral do Museu Nacional de Omã, Jamal Al-Moosawi: sultanato está promovendo diálogo cultural com a Rússia
– Durante a recente visita oficial do sultão de Omã, Haitham bin Tariq Al Said, à Rússia, os dois países destacaram seu compromisso em fortalecer as relações bilaterais. Como você avalia a importância desse passo para o desenvolvimento da cooperação cultural?
– Esta visita é histórica: pela primeira vez, o sultão reinante de Omã visitou a Rússia. Foram assinados 10 documentos, incluindo acordos na área cultural. Nossas relações são profundas, e os dois países compartilham valores comuns, como a diversidade, o respeito pelas tradições e pelo patrimônio espiritual um do outro.
– Um dos acordos foi a eliminação mútua do regime de vistos para os cidadãos de ambos os países. Isso pode atrair mais russos para Omã? Existem programas especiais para visitantes russos?
– O fluxo de turistas já está crescendo: em 2024, Omã recebeu 44.000 russos. A eliminação do regime de vistos e os voos diretos durante todo o ano entre Mascate e Moscou reforçarão ainda mais essa dinâmica. Estamos adaptando o museu para os visitantes de língua russa: lançamos um site em russo e estamos desenvolvendo um aplicativo móvel também nesse idioma.
– Quais são as prioridades de Omã na política cultural? Como o museu está implementando essas prioridades?
– Estamos promovendo o patrimônio de Omã no exterior por meio de diferentes projetos, como o "Dia de Omã", realizado no Museu Hermitage em São Petersburgo em 2018, além de exibir a cultura do sultanato em museus ao redor do mundo.
– Há quanto tempo você dirige o museu? O que é mais importante para você neste trabalho?
– Desde 2010, participei da criação do museu e, dez anos depois, assumi o cargo de secretário-geral. O aspecto social é muito importante para nós: contratamos moradores da histórica Mascate e apoiamos pequenas empresas.
– Qual artefato do museu é mais especial para você?
– O altar de uma mesquita do século XV, que foi salvo da destruição. Ou, por exemplo, o principal documento do Omã moderno – o testamento do falecido sultão Qaboos. Em 2024, especialistas do Hermitage restauraram sua mesa de trabalho, e ela será exibida pela primeira vez.
– Quais projetos conjuntos com a Rússia estão planejados?
– Em junho, abriremos uma exposição de estilo russo em parceria com o Hermitage, e em novembro apresentaremos a mostra de vanguarda soviética e russa da Galeria Tretyakov. Em Grozni e Moscou, serão lançadas publicações omanenses. Com a Índia e a China, também temos laços históricos profundos: no ano passado, mostramos obras-primas do modernismo indiano, e na China estamos expandindo conexões com museus nacionais e regionais.
– Como o museu está desenvolvendo talentos jovens?
– Em 2024, 30.000 estudantes participaram de nossos programas. Estamos colaborando com a Universidade Estatal de Moscou e a Universidade Estatal de São Petersburgo, e estudantes russos especializados em árabe também visitam Omã. Em breve, inauguraremos um teatro infantil e um programa musical com a participação de especialistas russos.
– O Museu de Omã é o primeiro no Oriente Médio adaptado para pessoas com deficiência visual. Como isso impacta a sociedade?
– Estamos consultando o Ministério da Saúde de Omã, treinando nossa equipe e criando materiais em braile. Também estamos reservando postos de trabalho para pessoas com deficiência, o que faz parte de nossa missão social.
Fotografia: Museu Nacional de Omã