Um cabo para corações artificiais foi inventado em Moscou

Um cabo para corações artificiais foi criado em Moscou. Um grupo de engenheiros passou seis meses desenvolvendo o projeto e transformando-o em realidade. A compatibilidade da invenção com tecidos humanos já foi testada e os resultados foram positivos.

"Inicialmente, os experimentos foram realizados em vacas. E quando ficou claro qual item era necessário para o funcionamento do coração artificial, fizemos o cabo seguindo as instruções de nossos companheiros de trabalho", detalhou Iulia Fadina, engenheira de processo da fábrica de cabos.

O coração artificial tem uma bomba embutida, cujo funcionamento é garantido pelo cabo. Além disso, ele transmite informações importantes sobre o fluxo sanguíneo para o painel de controle.

"Este cabo é usado em um complexo universal para suporte mecânico das funções dos ventrículos direito e esquerdo. Dentro, há um elemento central. Seis fios condutores são enrolados ao redor dele e surge um núcleo. Depois disso, o cabo vai para a máquina de trançar", disse Fadina, descrevendo o processo.

O trançado externo evita que o fio se rompa quando exposto ao atrito dentro do corpo. O cabo recebe ainda uma camada protetora. Cada fio desses é isolado com fluoropolímero, um polímero que não causa reações imunológicas e rejeição.

A fabricação do cabo começa na primeira unidade: o carretel de fornecimento. Nele, há um fio de cobre revestido de prata, o qual é enviado para a extrusora, um dispositivo eletromecânico usado para fazer peças de acordo com as configurações.

"Esta é a unidade mais importante da nossa linha, o princípio de funcionamento pode ser comparado a um moedor de carne. A matéria-prima é um polímero em grânulos especiais. Eles são despejados na extrusora e, dali, vão para um cilindro especial. Lá dentro há uma rosca helicoidal, é como a parte que mói em um moedor de carne", explicou a engenheira de processo da fábrica de cabos.

Os grânulos entram no cilindro e, devido a alta temperatura, o polímero derrete. Com a ajuda de uma ferramenta de conformação, ele é colocado ao redor do núcleo condutor. Depois, passa por um banho de resfriamento e o polímero endurece.

Em somente 25 anos de operação, a empresa já produziu 600.000 quilômetros de matéria-prima. Uma de suas criações mais recentes é o cabo óptico mais fino e leve do mundo. Ele dá novas possibilidades para a indústria aeronáutica e astronáutica.

Fotografia: TV BRICS