Vice-chefe da Administração do Kremlin: até 2050, 25% da população economicamente ativa do mundo estará na África
Apesar das antigas preocupações com a superpopulação global, as tendências demográficas atuais indicam o contrário: em diversos países, a população já está em declínio. Essa análise foi feita por Maksim Orechkin, vice-chefe do Gabinete Executivo da Presidência da Rússia.
O alto funcionário russo atuou como moderador da sessão "Construindo uma nova plataforma para o crescimento global" durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF). Segundo ele, a população mundial pode não ultrapassar os 9 bilhões de habitantes, com o pico demográfico previsto para as próximas duas décadas. Na avaliação do representante do governo russo, a África é atualmente a região com o maior potencial demográfico.
"Até 2050, 25% da população economicamente ativa do mundo estará localizada na África. [...] Enquanto uma parte do mundo enfrenta crise demográfica, queda populacional, baixa taxa de natalidade e envelhecimento, a África está assumindo uma posição de liderança global nesse aspecto", destacou Orechkin.
François Ndengwe, presidente do Conselho Consultivo Africano, compartilha visão semelhante. Ele destaca que a África detém um enorme potencial demográfico e econômico, capaz de impulsionar o crescimento global. Para que isso se concretize, é essencial fortalecer a unidade pan-africana, investir em educação — com foco especial em ciência e tecnologia —, aproveitar de forma eficiente os recursos naturais e buscar uma representação mais justa nos organismos internacionais.
"A África é uma região única na história da humanidade. Nunca antes observamos um crescimento populacional tão rápido desde o surgimento da espécie humana. [...] De acordo com dados da ONU, até o fim do século, um em cada três habitantes do planeta será africano", afirmou Ndengwe.
Ao abordar a crise demográfica, Eduard Mihalas, conselheiro regional do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês) para população e desenvolvimento, alertou para o envelhecimento sem precedentes e a queda nas taxas de natalidade. Ele enfatizou que esses desafios exigem políticas integradas, incluindo a criação de condições para o retorno das mulheres ao mercado de trabalho após a licença-maternidade, o desenvolvimento de mecanismos de apoio aos idosos e a adaptação das economias às novas demandas sociais.
Mihalas também destacou a importância de uma abordagem centrada no ser humano. Ele lembrou que, desde 2021, o UNFPA implementa um programa de crescimento demográfico sustentável.
O SPIEF está sendo realizado entre os dias 18 e 21 de junho. O tema principal da edição deste ano é: "Valores Compartilhados: A Base do Crescimento em um Mundo Multipolar".
Fotografia: SPIEF