BRICS: em direção à expansão - Anastasia Golyakova
Entender as economias emergentes mais influentes do mundo pode ser complexo, como caminhar em um labirinto. Porém, em meio a esse emaranhado, o acrônimo BRICS, que significa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, invariavelmente gera um debate global. Atualmente, essa associação está no limiar de uma evolução empolgante.
A China, o baluarte da aliança do BRICS, tem se manifestado de forma intrigante a favor da expansão da esfera de influência do grupo. Essa expansão poderia levar o BRICS a novos patamares, uma perspectiva tentadora para vários países dispostos a participar da aliança.
Bangladesh, carinhosamente chamado de "amigo do BRICS", pode parecer pequeno, mas sua influência é bastante grande. Em 2022, Bangladesh se tornou o primeiro país a unir-se ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) após intensas negociações que duraram seis anos. Com um fervor inabalável pelo desenvolvimento de sua infraestrutura, Bangladesh está pronto para utilizar a assistência financeira de credores multilaterais tais como o NBD.
As aspirações de Bangladesh não param por aí. O país está de olho na adesão plena à aliança do BRICS, uma perspectiva muito bem recebida pela China, que vê o BRICS como uma associação global de mercados emergentes e em desenvolvimento. Entretanto, Bangladesh não está sozinho nessa aspiração. Quatro países árabes - Argélia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos - também expressaram seu desejo de participar do BRICS, o que, para a Rússia, certamente traria benefício e enriqueceria a aliança.
A atratividade do BRICS para Bangladesh não se limita apenas aos laços econômicos. O país vê essa parceria como um degrau para melhorar o bem-estar do país e de seus cidadãos. O BRICS oferece a Bangladesh uma plataforma firme, sem restrições geográficas e financeiras, promovendo o desenvolvimento dos laços econômicos e da cooperação.
A possível inclusão de Bangladesh no BRICS pode levar países como a Índia a reconsideração de alguns pontos de vista. Esse movimento tático poderia diversificar as relações exteriores e as divisas de Bangladesh, criando um contrapeso ao domínio do dólar americano. Apesar da ausência de ganhos imediatos, os benefícios de longo prazo não podem ser subestimados. Notavelmente, a China e a Índia, os principais parceiros comerciais de Bangladesh, são responsáveis por 40% de suas importações.
Para enfatizar suas intenções, Bangladesh fez uma solicitação oficial à África do Sul, atual presidente do BRICS, para se tornar um membro-pleno.
O BRICS, uma associação influente e eficaz, tem ressonância em muitos países. Ele oferece uma atmosfera atraente de respeito mútuo, ao invés de uma hierarquia autocrática. Devido a essa atratividade, a popularidade do BRICS disparou e cerca de 20 países expressaram seu desejo de participar do bloco.
Entretanto, a adesão ao BRICS é um processo complexo e de vários passos. Como observou o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, a reputação do país-candidato é importante. No entanto, apesar disso, a atratividade do BRICS continua a crescer, com países como Irã, Argentina, México, Bahrein, Indonésia e Nigéria expressando interesse.
Esse interesse crescente culminará na próxima cúpula do BRICS na África do Sul, onde os possíveis novos membros estarão sob observação atenta de qualquer pessoa interessada em política internacional. Essa atenção cada vez maior aos BRICS marca uma nova era de mudanças das forças e alianças globais.
Compreender essas mudanças é fundamental, pois elas abrem as portas para nosso futuro global coletivo. Esta narrativa é apenas o primeiro capítulo de uma história dinâmica que está apenas começando a se desenrolar no fascinante e intrincado mundo do BRICS. Enquanto aguardamos ansiosamente as revelações da cúpula, vamos continuar a observar o desenrolar dessa história com o surgimento de novos personagens e enredos.
A intriga e a complexidade desses eventos geopolíticos afetarão de forma tangível o nosso destino comum (em um sentido global). As alianças e as mudanças de correlações de forças de hoje podem determinar o curso das relações internacionais nos próximos anos. Nessa saga que se desenrola, cada país tem seu papel a desempenhar, seja como membro inabalável do BRICS, como novato em potencial ou como observador interessado.
De fato, a possível expansão do BRICS representa mais do que um aumento no número de assentos na mesa de negociações. Ela sinaliza uma mudança tectônica no equilíbrio do poder global, oferecendo às economias emergentes a oportunidade de moldar seu próprio destino e contribuir para o desenvolvimento da economia global de maneiras que antes pareciam impossíveis.
A possível obtenção por Bangladesh do status de membro-pleno do BRICS pode anunciar uma nova era para esse ambicioso país e outros como ele. É uma perspectiva empolgante que poderia reescrever o livro de regras geopolíticas, oferecendo um contrapeso à hegemonia ocidental e promovendo uma economia mundial mais diversificada e equilibrada.
A cúpula do BRICS deste ano na África do Sul promete ser um momento decisivo. Os olhos do mundo inteiro estarão voltados para a conferência para descobrir o resultado das discussões sobre a adesão. Quais países serão convidados a se juntar à família BRICS? O que isso significará para os membros já existentes e para a comunidade global como um todo?
Essas e outras perguntas pairam no ar enquanto aguardamos as revelações da cúpula. A expectativa é palpável, pois tanto os países quanto os observadores se perguntam qual será o próximo capítulo dessa emocionante narrativa.
À medida que continuamos a explorar essas mudanças sísmicas e suas implicações de longo alcance, devemos alimentar nossa curiosidade coletiva. O mundo do BRICS é tão fascinante quanto complexo, e entender suas sutilezas é fundamental para entender nosso cenário global em rápida mudança.
Anastasia Golyakova, tradutora e publicitária
Canal no YouTube: Market Economy
Telegram: MktEconomy
Fotografia: arquivo pessoal de Anastasia Golyakova, unsplash.com, istockphoto.com