15.04.20
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Sociedade
Distanciamento social para conter novo coronavírus pode ser necessário até 2022, diz estudo de Harvard
Um estudo publicado nesta terça-feira, 14, na revista científica Science afirma que medidas de distanciamento social podem ser necessárias de forma intermitente até 2022, caso não ocorra uma descoberta de vacina antes deste prazo. A medida teria como função conter o dramático impacto da pandemia em sistemas de saúde.
Publicado por especialistas em epidemiologia e imunologia da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o documento traça um paralelo entre o novo coronavírus e outros vírus da mesma família. O estudo aponta que outros picos de Covid-19 podem ocorrer durante um longo período, mais provavelmente em estações mais frias – o que não nos livraria totalmente da possibilidade de que ele se proliferasse em estações mais quentes, por exemplo. Os estudos, no entanto, não têm explicações mais específicas sobre áreas tropicais, caso do Brasil.
Para chegar a uma resposta razoável para decretar o impacto desta pandemia, o estudo traça cenários possíveis nos quais compara o comportamento da Covid-19 com outros vírus em um prazo até 2025. Em um cenário no qual ainda não foi descoberta uma terapia mais incisiva ou o desenvolvimento de uma vacina, a vigilância e o distanciamento intermitente podem ser a alternativa mais viável para conter um colapso dos sistemas de saúde até 2022. O que apresentaria um impacto social e econômico relevante, diz a análise.
Para amenizar a situação, seria imprescindível ampliar a capacidade de atendimento aos pacientes graves em leitos hospitalares, informa o repórter de tvbrcis.com com referência a Veja. Ao mesmo tempo, testes sorológicos seriam extremamente necessários para detectar — em quem já foi infectado e curou-se — mais aspectos sobre como ocorre a imunidade ao Sars-Cov-2 (nome do novo coronavírus).
O tempo e intensidade desses períodos de confinamento poderiam ser relaxados à medida que tratamentos e vacinas se tornarem conhecidos e disponíveis, informa o estudo. Outro termômetro seria o avanço dos testes sorológicos, que poderiam apontar quantas pessoas passaram por quadros assintomáticos da doença e tornaram-se imunes. O que faria do distanciamento social uma medida menos intensa.
Os pesquisadores apontam, no entanto, uma série de dúvidas de como se dará a dinâmica de transmissão do vírus durante a pandemia e pós-pandemia. Eles ressaltam que a pesquisa aponta para a necessidade de existir informações mais robustas sobre o comportamento do vírus e que o estudo tem como missão acompanhar a trajetória da epidemia, sugerindo respostas alternativas que não só o afastamento das pessoas.
O estudo ainda traz o entendimento de que o distanciamento social intenso por curto perídios podem ser seguidos por grandes aumentos da infecção assim que forem suspensos. Resultados melhores foram encontrados em medidas mais duradouras. A vigilância constante, por outro lado, deverá ser mantida até que o risco de novos surtos seja controlado, o que pode só ocorrer em 2024.
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