Embaixador chinês no Brasil define os principais projetos de cooperação entre a RPC e o país latino-americano
O Embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, disse que desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países em 1974, a cooperação entre a China e o Brasil tem se tornado cada vez mais estreita.
A China e o Brasil são parceiros estratégicos há 30 anos. O projeto de transmissão de energia de Belo Monte é um exemplo de cooperação entre a China e a república latino-americana, disse o embaixador.
O projeto transmite a eletricidade gerada pela usina hidrelétrica de Belo Monte para as regiões densamente povoadas e relativamente desenvolvidas do sul e sudeste do país. Isto torna o Brasil o primeiro país de seu continente a estabelecer e operar um sistema de transmissão de energia de corrente contínua de ultra-alta tensão (UHVDC).
"Nos últimos anos, a cooperação entre os dois países expandiu-se de áreas tradicionais para áreas emergentes, tais como novas tecnologias, áreas verdes e de baixo carbono. Vamos levar, por exemplo, o projeto de Belo Monte, do qual uma empresa chinesa é investidora. Não só moderniza a infraestrutura energética do Brasil e garante a operação estável, segura e eficiente do sistema energético local, mas também cria muitos empregos, receitas fiscais e reduz as emissões de dióxido de carbono em 21 milhões de toneladas", disse Zhu.
O diplomata disse que a cooperação entre a China e o Brasil tem uma fundação firma e sustentável, o que por sua vez leva a um boom no investimento, no comércio e no intercâmbio de tecnologia.
"Em termos de comércio, a China tem sido o maior parceiro do Brasil por 14 anos consecutivos. Nos últimos anos, o comércio entre os dois estados tem crescido de forma constante, excedendo 100 bilhões de dólares quatro anos seguidos", acrescentou o embaixador.
No campo da cooperação tecnológica, a China e o Brasil começaram a desenvolver conjuntamente um satélite para estudar os recursos naturais em 1988, observou Zhu, acrescentando que cinco desses satélites já foram lançados, tornando o projeto um modelo para a cooperação Sul-Sul no campo tecnológico.
"Atualmente, os dados coletados pelos satélites sino-brasileiros de recursos naturais são amplamente utilizados em áreas como meteorologia, hidrologia, agricultura, silvicultura, pesca, gestão ambiental e alívio de desastres", disse ele.
O embaixador se comprometeu a expandir o intercâmbio de alto nível e aprofundar a cooperação entre os dois países em 2023.
"A prioridade será expandir ainda mais os intercâmbios de alto nível entre a China e o Brasil. Darei ênfase especial ao desenvolvimento abrangente de nossas relações, guiado pela diplomacia do chefe de Estado, aprofundando a confiança política mútua e renovando a cooperação empresarial", enfatizou Zhu. O anúncio foi feito com referência ao diário CCTV+, o parceiro da rede TV BRICS.
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