Especialista acredita que no BRICS há potencial para adoção de uma moeda comum
O BRICS, enquanto associação de líderes regionais em rápido crescimento, pode, em teoria, considerar projetos para a adoção de uma moeda comum, baseado na lógica de aumentar os fluxos comerciais entre os países do agrupamento. Aleksandr Ignatov, pesquisador do Centro de Estudos de Instituições Internacionais da Academia Presidencial Russa de Economia Nacional e Administração Pública (CIMI RANEPA, na sigla em russo), falou sobre isso em entrevista à TV BRICS.
"Hipotéticamente, a criação de uma moeda comum para os países do BRICS aumentará a estabilidade dos mercados desses países. Eles ficarão menos dependentes das mudanças na situação de outras nações, ao fortalecer os laços comerciais internos e criar cadeias produtivas conjuntas".Aleksandr Ignatov pesquisador do CIMI RANEPA
Segundo Ignatov, a moeda internacional dos países do BRICS poderia ser fiduciária ou digital. O valor da moeda fiduciária seria garantido pelo Estado que a emitisse.
"Dado o grande volume do comércio da China com os países do BRICS, pode-se dizer que os cinco países já possuem sua própria 'moeda comum', é o yuan chinês. Na verdade, a trajetória de desenvolvimento futuro está na transição para operações comerciais mútuas com a moeda chinesa e não na direção da criação de uma nova moeda", afirmou o especialista.
Quanto às moedas digitais dos Bancos Centrais, elas não substituem as tradicionais e são criadas de forma a reduzir custos de transação.
Segundo o especialista, o mais provável é uma transição a acordos mútuos dos países do BRICS feitos em moedas nacionais existentes, com bases bilaterais. Por exemplo, entre a Rússia e a China, em vez da implementação de projetos em toda a associação.
O especialista observou que, em teoria, os países do BRICS podem criar uma moeda comum, mas que atualmente é bastante difícil determinar um prazo específico para a implementação de tal projeto.
Fotografia: IStock