Uma história de paixão e força feminina: Nur Jahan, a tia da princesa homenageada com o Taj Mahal
Há vezes em que uma história de amor é mal contada ou que esconde algo mais precioso. Essa é uma delas. Quem lembra da princesa Mumtaz Mahal, homenageada com o mausoléu Taj Mahal por seu marido, o imperador Shah Jahan? O casal é um dos maiores símbolos do amor eterno. Pois é: essa história é sobre a tia da princesa: Nur Jahan (nascida em 1577). Ela foi a esposa favorita do imperador Jahangir, que vinha a ser o pai de Shah Jahan.
Nur Jahan foi lembrada por seu charme, carisma e beleza, mas algumas obras recentes procurar reestabelecer o fato de que ela era uma mulher talentosa e poderosa, que governou um imenso império no século 17.
Nur Mahal até mesmo liderou um exército para salvar o marido quando ele foi capturado por inimigos. Os imperadores mogóis (o nome mogol vem do fato de eles terem sido descendentes de Gengis Khan, que estabeleceu o império mongol) pertencem a uma dinastia muçulmana que surgiu no século 16 no subcontinente indiano.
Ela havia sido casada primeiro com um alto funcionário do império mogol e, após a morte de seu marido, foi abrigada no harém de Jahangir, com quem acabou se casando, em 1611. Nur Jahan tornou-se a favorita, a mulher a quem ele amou profundamente, antecipando a história de paixão que tornou o filho de Jahangir famoso na posteridade: a dedicação de Shah Jahan por Mumtaz Mahal, eternizada para o mundo pela beleza perfeita do Taj Mahal. Mumtaz Mahal morreu de parto, para desgraça do marido, que mandou construir o mausoléu em sua homenagem.
Nur Jahan não foi lembrada pela posteridade como deveria, segundo Ruby Lal, em seu livro “Empress: The Astonishing Reign of Nur Jahan” (“Imperatriz: o reinado surpreendente de Nur Jahan”), uma espécie de revisionismo feminista sobre essa personagem.
Nur Jahan era, acima de tudo, muito inteligente e uma governante extremamente competente, com talentos em muitos campos, como na arquitetura, na poesia e até na estratégia militar. Nur Jahan se tornou a governante de fato da Índia por 16 anos, enquanto o marido, Jahangir, passou à história como amante de vinho e ópio.
Somente séculos depois, a Índia foi governada por outra mulher: Indira Gandhi, primeira-ministra a partir de 1966. Última das 20 esposas de Jahangir, Nur Jahan foi tão importante que sua efígie chegou a cunhada em moedas da época. Mas o próprio enteado, Shah Jahan, procurou diminuir o nome da madastra da História.
A TV BRICS informa com referência a
Beco da India.
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