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BRICS intensifica esforços em investimentos verdes e no combate às mudanças climáticas

Este artigo examina a cooperação dos países do BRICS na luta contra as mudanças climáticas e no investimento em projetos sustentáveis

Os países-membros do BRICS desempenham um papel fundamental na formação da política internacional sobre o clima, atuando como participantes-chave no combate às mudanças climáticas e na promoção da sustentabilidade ambiental.

Em um comentário exclusivo para a TV BRICS, Ekaterina Nejnikova, doutora em Economia do Departamento de Economia da Universidade Russa da Amizade dos Povos, falou sobre a cooperação dos países do BRICS no combate às mudanças climáticas e no investimento em projetos sustentáveis.

Abordagem do BRICS para a diplomacia climática

De acordo com Ekaterina Nejnikova, desde a assinatura do Acordo de Paris em 2015, os países doBRICS têm se concentrado na diplomacia climática. Essa decisão reflete uma consciência crescente da necessidade de modernizar suas economias e adotar práticas mais sustentáveis. Nesse sentido, os Estados-membros estão compartilhando ativamente experiências e tecnologias avançadas na esfera ambiental, contribuindo para encontrar soluções mais eficazes para desafios comuns.

"Além disso, os países do BRICS estão investindo em projetos sustentáveis, como energia renovável, acesso à água potável e melhoria das condições de vida nas áreas rurais", disse.

Neutralidade de carbono do BRICS

Dentro do grupo do BRICS, a China se comprometeu a alcançar a neutralidade de carbono até 2060, posicionando-se como líder na luta contra as mudanças climáticas. Esse compromisso não tem apenas implicações internas, mas também estabelece um precedente para outros países em desenvolvimento. A China está investindo em energia renovável e tecnologias limpas, com foco no desenvolvimento de energia solar e eólica. O país asiático não está apenas buscando reduzir suas emissões, mas também liderar o caminho para um futuro mais sustentável globalmente.

Nejnikova observou que a Índia, o Brasil e a África do Sul também estão observando um crescimento acelerado em suas economias verdes. A Índia, em particular, destaca-se por sua liderança na criação de energia renovável, com metas ambiciosas que incluem um aumento significativo na capacidade de energia solar e eólica.

O Brasil está investindo na produção de biocombustíveis e na conservação de vastos recursos florestais, enquanto a África do Sul está desenvolvendo políticas para promover a energia renovável e reduzir sua dependência de combustíveis fósseis.

A Rússia enfrenta sérios desafios devido à sua dependência da produção de hidrocarbonetos, o que levou a política climática a priorizar a proteção do setor energético.

No entanto, o país embarcou em uma política climática mais ativa, preparando um programa nacional com ações contra as mudanças climáticas. Essa abordagem busca equilibrar a proteção do setor de energia com a necessidade de adotar tecnologias mais limpas e sustentáveis e melhorar a eficiência energética, acrescentou.

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Projetos sustentáveis e responsabilidade ambiental

Ekaterina Nejnikova destacou que os países-membros do BRICS estão implementando com sucesso projetos relacionados à responsabilidade ambiental, como produção de energia solar e eólica, eficiência energética e proteção de ecossistemas.

Essas iniciativas não visam apenas a reduzir o impacto das mudanças climáticas, mas também contribuem para melhorar as condições de vida nas áreas rurais e promover o desenvolvimento sustentável.

Por exemplo, o Brasil está implementando programas de restauração e conservação florestal que não só ajudam a combater as mudanças climáticas, mas também contribuem para a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento rural.

Novas iniciativas do BRICS

Egito lançou a Estratégia Nacional de Mudança Climática 2050, que visa reduzir as emissões, adaptar-se aos impactos da mudança climática e apoiar as metas ambientais como parte da Estratégia de Desenvolvimento 2030 atualizada do Egito. Essa campanha inclui investimentos em projetos verdes, como a produção de hidrogênio e amônia verde, bem como a emissão de títulos verdes.

Além disso, a Arábia Saudita está fazendo esforços significativos para combater a mudança climática por meio de várias iniciativas lideradas pela Iniciativa Verde Saudita (SGI, na sigla em inglês).

Uma das principais metas da SGI é atingir zero emissões de dióxido de carbono até 2060. Para atingir essa meta, o Reino pretende reduzir as emissões transformando o sistema energético de modo que 50% da energia seja gerada a partir de fontes renováveis até 2030.

Os Emirados Árabes Unidos estão implementando medidas para combater a mudança climática como parte de sua Agenda Verde 2030, que visa atingir cinco objetivos principais: promover uma economia do conhecimento, desenvolvimento social, conservação de recursos naturais, desenvolvimento de energia limpa e utilização sustentável de recursos.

A iniciativa Net Zero 2050 dos Emirados Árabes Unidos fortalece esses esforços para alcançar a neutralidade de carbono até 2050, tornando os EAU o primeiro país do Oriente Médio a se preocupar com emissões zero. O país ampliou o investimento em energia renovável, e o Ministério de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente está desempenhando um papel central no aprimoramento da sustentabilidade ecológica por meio de medidas de redução de emissões e preservação da biodiversidade.

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A Etiópia destacou-se como líder no campo dos esforços climáticos na África, promovendo a Estratégia de Economia Verde Resiliente ao Clima e a Iniciativa Legado Verde. Esses esforços não visam apenas a minimizar as mudanças climáticas, mas também a fortalecer a diplomacia climática no continente, permitindo que a Etiópia lidere negociações em fóruns internacionais.

A Iniciativa Legado Verde, lançada em 2019, visa combater o desmatamento e a degradação da terra com o plantio de bilhões de árvores por ano, em linha com o objetivo mais amplo de restaurar a cobertura florestal do país.

O Irã também está lidando ativamente com as mudanças climáticas, com foco na cooperação internacional e em práticas sustentáveis. Sua parceria com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e com o Fundo Verde para o Clima tinha como objetivo aumentar a resistência do país às mudanças climáticas.

O Irã enfatizou a necessidade de cooperação regional para enfrentar os desafios climáticos, como a desertificação e a escassez de água, que exigem soluções integradas e conjuntas.

Futuro sustentável por meio da cooperação

Ao concluir, Nejnikova observou que a posição dos países do BRICS na diplomacia climática internacional reflete seu desejo de equilibrar o desenvolvimento econômico com a necessidade de modernização ambiental.

"Esses países reconhecem a necessidade de atualizar suas economias a partir de uma perspectiva ambiental, concentrando-se em melhorar a eficiência energética e de recursos na produção. Isso inclui a adoção de tecnologias limpas e verdes, bem como a proteção ambiental, equilibrando assim suas metas de desenvolvimento com a sustentabilidade", completou a doutora.

Fotografia: iStock


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