Projeto Arquipélago 2024 destaca sistemas de drones como novo vetor da economia russa
O projeto intensivo educacional Arquipélago 2024, realizado na região russa de Sacalina entre os dias 8 e 21 de julho, chamou a atenção das autoridades e do público para o desenvolvimento de tecnologias autônomas. O surgimento na Rússia de um novo setor relacionado à produção e ao uso de drones civis é o objetivo da Estratégia para o desenvolvimento da aviação não tripulada na Rússia até o ano de 2030; e na projeção até 2035. A TV BRICS foi a parceira de mídia internacional do evento.
Um dos principais centros russos de apoio à produção e aos testes de drones está localizado em Sacalina, no Extremo Oriente russo. Alguns dos testes mais realizados durante o evento foram simulações de trabalhos cadastrais complexos, entrega de carga e monitoramento de objetos sequenciais e aquáticos.
Além disso, uma das principais atividades do Arquipélago 2024 foi a maior competição de drones da Rússia: mais de 600 participantes de mais de 60 regiões da Rússia competiram durante 10 dias no âmbito de design, controle e desenvolvimento de drones. No total, mais de 800 drones foram usados na competição.
Durante os testes de "drones aquáticos", as soluções robóticas foram demonstradas na identificação de objetos afundados usando meios de detecção hidroacústica, controle durante operações subaquáticas, monitoramento da situação ambiental, operações de busca e resgate e levantamento hidrográfico da área com a ajuda de uma embarcação sem tripulação.
Maksim Evdokimov, Diretor da divisão de ecologia da Agência de Iniciativas Estratégicas, comentou a questão das mudanças climáticas no intensivo educacional.
"Junto de especialistas desta e de outras plataformas, estamos discutindo o modelo que deve ser criado, como criar registros unificados de unidades de carbono para todos os países do BRICS, como sincronizar as metodologias para avaliar os projetos climáticos que estão sendo implementados, projetos relacionados à melhoria da eficiência da indústria para reduzir as emissões, projetos climáticos naturais e muitos outros. Como realizar essa sincronização e, assim, garantir a ampliação dos investimentos, inclusive em projetos russos relacionados à garantia da estabilidade climática e à melhoria do meio ambiente, o que é algo muito importante", explicou.
Tatiana Larionova, Chefe de Gabinete do Comitê da União Russa de Empreendedores e Empresários sobre Política Climática e Regulamentação de Carbono, apontou o potencial dos países-membros do BRICS.
"O BRICS é o espaço no qual as barreiras que existem no processo geral de negociação podem ser superadas, porque os países têm interesses bastante semelhantes. Eles são, particularmente, referentes ao consumo de combustíveis fósseis para o desenvolvimento industrial, à preservação dos ecossistemas naturais para atingir as metas climáticas", destacou.
O Arquipélago é um intensivo educacional anual que reúne representantes de equipes de tecnologia, instituições científicas, universidades, empresas e autoridades. Aqueles que participam no desenvolvimento de projetos têm a oportunidade de apresentar suas ideias, trocar experiências com colegas e encontrar investidores e parceiros. Em 2024, o intensivo foi organizado pelo governo do da região de Sacalina, pela plataforma de Iniciativa Tecnológica Nacional (NTI, na sigla em russo), pela Agência de Iniciativas Estratégicas, pela Universidade 2035 e pelo Fundo de Apoio a Projetos da NTI.
Fotografias: Plataforma NTI