Recife, a nova Meca do cinema brasileiro
As produções cinematográficas do nordeste transcenderam fronteiras nos últimos anos e conquistaram o público em diversos festivais internacionais. “Bacurau”, “Divino Amor”, “Boi Neon” e “Aquarius” são apenas alguns exemplos de filmes que consolidaram o Recife como a ‘nova Meca’ do cinema brasileiro.
Os longas-metragens mais bem-sucedidos do Brasil contemporâneo deixaram de se restringir aos favela movies ambientados no Rio de Janeiro, como “Cidade de Deus” (2002) e “Tropa de Elite” (2007).
Com cenários chamativos, estúdios de pós-produção e uma pujante geração de diretores, o Recife se tornou referência no mapa mundial do cinema independente, informa o repórter de tvbrics.com com referência à EXAME.
Considerada a ‘Veneza brasileira’ pelos canais fluviais, a capital pernambucana desenvolveu uma série de incentivos governamentais para o cinema e criou o Porto Mídia, um moderno complexo de estúdios de edição operado pelo Porto Digital, o maior parque tecnológico do país.
Pernambuco foi o primeiro estado brasileiro a promulgar uma lei de audiovisual própria, em 2014, como política cultural e complementar ao Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (FUNCULTURA), e o Recife, desde 2012, conta com o Sistema de Incentivo à Cultura (SIC).
“Esssa expressividade no cinema e nas artes plásticas é fruto de uma política cultural muito democrática que ajuda artistas e realizadores que produzem anualmente, como as novas gerações”, comentou à Agência Efe a diretora Renata Pinheiro, de “Amor, Plástico e Barulho” (2013) e “Açúcar” (2017).
Pinheiro, a primeira mulher a dirigir um filme de ficção no Nordeste, também destacou o histórico de escritores da região, como Clarice Lispector, criada no Recife, e João Cabral de Melo Neto, nascido na capital pernambucana. Segundo o cineasta Gabriel Mascaro, a “tradição cultural nordestina” impulsionou a “consolidação de uma política pública” que “se combinou e ecoou” para “evitar a dependência da pós-produção e da finalização em São Paulo e Rio de Janeiro”.