15.04.20
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Economia
Brasil dobra vendas de carne bovina à China enquanto isolamento pelo coronavírus afeta outros mercados
As exportações de carne bovina para a China dobraram em março ante igual período de 2019, enquanto outros mercados relevantes reduziram as compras, já afetados pelo recuo na demanda em meio a medidas de isolamento contra o coronavírus, segundo a indústria e especialistas do setor. “Desde agosto de 2019, mais de 30% das vendas de carne bovina do Brasil vão para a China. Agora, estamos ainda mais dependentes dos chineses porque na União Europeia, por exemplo, os lockdowns diminuíram a necessidade de carne importada que iria para o food servisse”, disse o consultor em Gerenciamento de Risco especializado em pecuária da INTL FCStone, Caio Toledo.
Os embarques de carne bovina do Brasil, incluindo o produto in natura e processado, totalizaram 147,08 mil toneladas em março, alta de 2,72% em relação a março de 2019, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Somente a China respondeu por cerca de 35% das compras, com 51,86 mil toneladas importadas em março, um salto de 108% ante as 24,9 mil toneladas adquiridas um ano antes, apoiado pelo aumento no número de plantas habilitadas, segundo a Abiec.
A União Europeia, terceiro maior comprador de carne bovina brasileira atrás da China e Hong Kong, reduziu em 1% as importações em março, para 7,88 mil toneladas, segundo a Abiec, “e a tendência para os próximos meses é de recuos mais expressivos”, estimou Toledo.
O Chile, quarto maior importador da proteína brasileira, baixou em 6,77% as compras de março, na variação anual, para 7,46 mil toneladas, informa o repórter de tvbrics.com com referência ao G1. Ainda de acordo com dados da Abiec, países como Irã e Emirados Árabes, que figuravam entre os dez principais compradores de carne bovina do Brasil em março de 2019, também reduziram as importações e não aparecem mais neste ranking. O Egito, que diminuiu em 33% as importações de março, tende a reverter este cenário nos próximos meses, diferentemente de Chile e União Europeia, pois recentemente habilitou novos frigoríficos brasileiros para garantir a segurança alimentar durante a pandemia, segundo o analista.
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