A cidade chinesa de Tianjin sediou a reunião do Conselho de Chefes de Estado da Organização para Cooperação de Xangai (OCX). Durante o encontro, foram assinados 20 documentos, incluindo a Declaração de Tianjin e a Estratégia de Desenvolvimento da OCX até 2035.

O presidente da China, Xi Jinping, anunciou que o país concederá aos membros da União Interbancária da OCX créditos de 10 bilhões de yuans (mas de R$ 7 bilhões) e defendeu a criação do Banco de Desenvolvimento da organização, segundo a Xinhua News Agency, parceira da TV BRICS.

"Hoje, a OCX se transformou na maior organização regional do mundo, reunindo 26 países que cooperam em mais de 50 áreas, com um PIB conjunto próximo a US$ 30 trilhões [cerca de R$ 165 trilhões]. Sua influência e atratividade internacionais continuam a crescer"

Xi Jinping Presidente da China

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também destacou o avanço econômico do grupo. Segundo ele, em 2024 o PIB dos países da OCX cresceu mais de 5%, enquanto a produção industrial aumentou 4,6%. O líder russo ressaltou ainda a ampliação do uso de moedas nacionais nas transações financeiras.

"A OCX contribui de forma significativa para fortalecer o clima de cooperação e confiança em todo o continente eurasiático, criando bases políticas e socioeconômicas para uma nova ordem de estabilidade, segurança e desenvolvimento pacífico"

Vladimir Putin Presidente da Rússia

Putin informou ainda que Moscou sediará, em novembro, a reunião do Conselho de Chefes de Governo da OCX e desejou sucesso ao Quirguistão, que assumirá a presidência rotativa da organização.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pediu unidade contra o terrorismo internacional, recordando o atentado em Pahalgam, na Índia, que deixou 26 mortos.

"A Índia ressalta a importância da unidade na luta contra o terrorismo, já que nenhum país ou sociedade pode se sentir totalmente seguro diante dessa ameaça. A OCX tem um papel fundamental nesse esforço"

Narendra Modi Primeiro-ministro da Índia

Durante a cúpula, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, defendeu o fortalecimento da cooperação financeira, propondo um sistema de contas especiais e mecanismos de liquidação dentro da organização. A iniciativa prevê ampliar pagamentos em moedas nacionais, criar infraestrutura digital conjunta e instituir um fundo multilateral de swaps cambiais.

Aleksandr Lukashenko, presidente de Belarus, país que aderiu à OCX em 2024, apoiou a proposta e defendeu a criação de um mecanismo financeiro independente para o grupo. Ele também destacou a importância de um espaço comum de inovação científica e tecnológica e sugeriu a criação de uma plataforma educacional regional.

O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, ressaltou o potencial da OCX para se tornar líder global em inteligência artificial (IA).

"Defendemos o desenvolvimento de uma cooperação eficaz em toda a agenda digital, incluindo a aplicação de soluções inteligentes na economia real, na saúde, no transporte, na logística e na gestão urbana"

Kassym-Jomart Tokayev Presidente do Cazaquistão

O presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, defendeu a expansão da organização.

Na Declaração de Tianjin, os líderes acordaram em fundar o Banco de Desenvolvimento da OCX; unificar os status de países observadores e parceiros de diálogo; prevenir riscos associados à IA; fortalecer cooperação em turismo, saúde, comércio eletrônico e desenvolvimento sustentável. Também condenaram o terrorismo em todas as suas formas e destacaram a relevância do diálogo com a União Econômica Eurasiática (UEE) e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

A Estratégia de Desenvolvimento da OCX até 2035 estabelece as metas da organização para a próxima década e os métodos de sua implementação, incluindo o fortalecimento da confiança mútua, a promoção da boa vizinhança, o enfrentamento conjunto de ameaças à segurança e a ampliação da cooperação prática em comércio, economia, finanças e investimentos.

Fotografia: CGTN